sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Descrição apropriada

Bons dias de agosto, friends!

Chuvinha em Manaus acalmando o calor sufocante que assolava e maltratava nós, os pobres caboclos barés.
E junto com o clima frio (um bom lugar pra ler um livro e o pensamento lá em ....) vem à tona os questionamentos mais bem guardadinhos lá no fundo da última gaveta do armário de trás do escritório do pensamento quando você está agasalhado entre edredons e com um bom copo de chocolate quente...

E aí, feeling blue like that, entre uma conversa e outra você descobre que não está só no mundo com pensamentos assim. Descobre também que não é a única que sente "isso". E que, exatamente por isso, esses, então interpretados como problemas, tem solução.

#HOPE

E é assim, nesses dias meio sei lá, que se depara com uma descrição apropriada de você.
E não foi você quem escreveu. 
Foi uma dessas pessoas únicas que dividem o mesmo pensamento, o mesmo sentimento com você. 
E não foi essa pessoa que escreveu que te mostrou o texto. 
Foi uma pessoa única, uma amiga muito doce, que também o compartilha com você. 

Sem mais, fica aí pra vocês o texto, dica da amiga @camilasuzan 
<3 




Meu muro

 

Construí esse muro sozinha.
Foi feito de sangue e choro ao som de falsas promessas. Pintado à mão. Minha mão trêmula.
Necessitei das pontas dos meus pés em alguns momentos. Muito alto. Cada vez mais alto.
Fui deixando pessoas durante a construção. Esmaguei muitas entre uma defesa e outra. Entre um tijolo e outro.
Aprendi a me equilibrar nos inacabados e descartei com a maior frieza os mais pesados. Sempre fui fraca. Minha força de menina não suporta tanto.
Tentei abandoná-lo por diversas vezes. Mas sempre surgia uma mágoa nova pra se acomodar em meus destroços.
Tentaram derrubá-lo. Eu tentei também. O irônico é que ele crescia cada vez mais sem eu nem perceber. Quando dei por mim, não enxergava nada do outro lado.
Virou obsessivo esse negócio de proteção. Essa válvula de escape crescente e indecente. Perdi o controle dos meus sonhos. Me infiltrei em contos de fadas. Massacrei mocinhos e mocinhas com a simplicidade de um toque. Nem senti.
Esqueci como é confiar nas pessoas. Fui me defendendo com tantas garras, me escondendo com tanto afinco, que não me lembro mais o que é sossegar no colo de alguém de olhos fechados.
Cada vez mais só. Só eu e o meu muro.
Se a minha solidão fosse só minha talvez fosse mais fácil.

(Lara Gay)

Visitem o blog da autora  :)
Era Azul e voava


Espero que, assim como eu estou tentando, vocês também procurem diminuir a velocidade da construção desse muro. E que ele seja apenas para evitar que você se debruce demais e caia, e não que o impeça de ver o mundo que gira lá do outro lado.

Um beijo e um queijo.

Cla B.



2 comentários:

  1. A verdade dói, mas é necessária pra reconhecermos que precisamos de ajuda, principalmente pra derrubar um muro.

    Obrigadaa Claaaaaaaa <3 tamooo junto nessaaa...

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  2. olá... estou passando por aqui muito lisonjeagada e feliz pelo meu texto ter sido sentido e identificado por alguém.
    quando percebemos que não somos apenas nós que construímos um muro na vida, parece que nossa solidão diminui.
    talvez expôr "essa construção" sem vergonha nenhuma seja o primeiro passo pra arrancar um tijolo.
    ;)
    seja sempre bem-vinda ao meu mundo azul.
    com carinho
    Lara Gay

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