quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tudo Bentes?

Bom povos, minha net lenta feito a muléstia não me deixou postar isso antes. 
#OhGreat

Mas eu queria postar esse texto aqui no NM  de qualquer forma!!!!!!!!!
#Determinada

Minha singela homenagem ao jornalista/amigo Mário Bentes,
pelo seu aniversário [10.05] 
e pela fantástica capacidade que ele possui de produzir textos intensos.

Segue a :

Crônica de uma terça-feira qualquer



Publicado em 10 May 2011
Hoje abri os olhos e não vi nada de diferente. Queria despertar com cânticos de anjos e uma salva de tiros ao alto, como forma de homenagem. Mas não houve nem mesmo nenhum lampejo de felicidade repentina, apenas as mesmas lembranças de ontem, de semana passada e do ano passado. O dia estava como deveria estar, com seu céu turvo e as pessoas caminhando rápido, sem sequer saber aonde iam.
Confesso que não me dei conta de como, onde ou por que tudo ficou assim. Onde foram parar as cores, os tons e os cheiros? Onde foi parar o fim? Tudo se perdeu fustigado pela incansável rotina do dia-a-dia, que teima em devorar as cores, os tons e os cheiros. E os porquês, principalmente. O fim, nem se fala. De repente nada faz sentido e você nem vislumbra o que faz sentido agora.
A única coisa que você sabe é que tudo precisa mudar. Você sente que os últimos 365 dias foram proveitosos até onde foi possível, mas que agora tudo está parado no tempo. E a flecha do tempo é imperdoável: ele, o tempo, segue de forma ininterrupta e implacável para o futuro e você, se bobear, nem o vê seguindo. Só vê quando é tarde. Daí o tempo passou e você, mesmo estando no presente, ficou para trás.
Aí você, que nunca quis cair nas armadilhas do tempo, se vê muito perto de uma arapuca que, talvez, tenha sido você mesmo que montou. Você é o responsável por ela na medida em que ficou parado, observando a flecha do tempo seguir. Você não é mais o mesmo, seu rosto não é mais o mesmo. Seu corpo está cansado. Seus cabelos estão ralos. Seus sonhos estão guardados em algum lugar frio.
É justamente quando, num lampejo de desespero, você tenta se movimentar. Mas percebe que o mal do tempo fez um pouco do seu trabalho e algumas raízes do espaço-tempo já cresceram perto dos seus membros inferiores, deixando você com os pés literalmente plantados no chão. Esse não é o melhor retrato de ter os pés no chão, como diziam seus pais e avós.
Por falar em pais e avós, há quanto tempo não os vejo? Se o tempo passa para mim, passa para eles. Mas o caso deles é mais adiantado, pois sua existência no mundo é anterior, e o tempo futuro já é presente para eles, fazendo com que eles passem a viver basicamente do passado. E você se pergunta: onde estive por todo esse tempo que não vi meus irmãos mais jovens crescerem e meus predecessores envelhecerem?
É por este inefável destino que reserva o tempo a todos os seres vivos, que precisamos olhá-lo do mesmo modo como este olha para nós: dinâmico, veloz e – mais importante – atencioso. O tempo é atencioso com você ao fazer o que lhe cabe: fazê-lo caminhar pela linha da vida, se desenvolvendo e envelhecendo. E você precisa ser atencioso ao tempo no que deveria caber a você: aproveitá-lo.
Assim, quem sabe, você não tenha que escrever uma crônica melancólica em uma terça-feira que, por certas razões, não deveria ser uma qualquer.
A propósito: hoje é meu aniversário.

[A identidade Bentes]
O original: http://www.idbentes.com.br/?p=592


Porque vai valer a pena!

Parabéns pro meu DIVO! :*
#VforVendetta

Até a próxima! o/
NeurotiCla

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